Olhando para trás vejo a trajetória percorrida até aqui pelo Sindicato Único dos trabalhadores de Educação de Minas Gerais e vejo que muita coisa se modificou no decorrer destes mais de 40 dias de greve, deflagrados no já longínquo dia 08 de Abril e suspenso no dia 26 de Maio numa Assembleia Geral em frente a Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
A primeira coisa que consigo perceber com essa greve é que houve um amadurecimento muito grande da categoria (que esteve mobilizada desde os primórdios do movimento) em enxergar a relação entre a estrutura funcional do Governo do Estado de Minas Gerais, e as suas relações sujas com a mídia mineira e o Tribunal de (In)Justiça de Minas Gerais. Os nobres colegas que estiveram presente nessa luta perceberam que as artimanhas do governo são capazes de diversos atos inescrupulosos e que sem sombra de dúvidas, visam a desunião da categoria.
Suspensa a greve era hora de voltar para a sala de aula e nos deparar com os diversos colegas "não grevistas" e suas já velhas frases em tom de provocação: "Eu não disse que essa greve não iria dar em nada!" ou "O que 'vocês' conseguiram com essa greve mesmo?".
Mas foi nesse momento que eu comecei a perceber a clara estratégia do Governo, que até então estava diante dos meus olhos mas de certa forma eu não consegui perceber: O Governo joga a categoria contra a própria categoria pois sabe muito bem que ela é muita das vezes mal informada e com esse jogo, o Governo acaba alcançando o seu objetivo que é fragmentar essa categoria que tem lutado ardentemente para se manter unida e coesa em um só objetivo que é a luta por uma melhoria imediata das condições não só remuneratórias, mas de trabalho dos trabalhadores em educação de Minas Gerais.
Desse modo A Assembleia Estadual do dia 17 assumirá, diante disso, um papel fundamental, diria até, um marco para esta retomada da luta, a ser discutida desde já nas bases da categoria e aprovada no calor dessa Assembleia. É fundamental lotar a Assembleia, com paralisação total das atividades nas escolas. A direção sindical deverá inclusive anunciar nas rádios e jornais a convocação de todos os educadores para a Assembleia, enfatizando a possibilidade de retomada do movimento grevista caso o governo continue enrolando e demonstrando desrespeito para com os educadores.
A possibilidade de uma retomada da greve geral por tempo indeterminado não pode estar descartada. Afinal, lutamos corajosamente durante 47 dias, enfrentamos todos os aparatos a serviço do Governo - a mídia, a justiça, o legislativo, a polícia, todos - e não nos intimidamos. Demos esta pausa acreditando no bom senso do governo que teve a oportunidade de perceber a nossa força e o grande apoio que a comunidade deu à nossa causa. Agora chega o momento de se fazer o debate sobre a proposta encaminhada pelo Governo de Estado após 20 dias de trabalho em conjunto com o Sind-UTE, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALEMG) às 14:00 do dia 17 de Junho de 2010 (Quinta-Feira). Eu estarei lá presente e você onde vai estar?
Em tempo: As educadoras e os educadores de Minas são as/os lutadores imprescindíveis de Bertold Brecht:
"Há homens que lutam um dia, e são bons;
Há outros que lutam um ano, e são melhores;
Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons;
Porém há os que lutam toda a vida
Estes são os imprescindíveis"
P.S. Quem desejar participar da Assembleia Geral em BH favor ligar para a subsede e confirmar com a Lourdes no telefone: (31)3891-2197. As despesas com a viagem são cobertas pelo Sind-UTE para todos os filiados que desejarem estar presentes a Assembleia.
Paulo Gustavo Grossi da Silva
Diretor de Comunicação
Sind-UTE/Viçosa