Uma grande manifestação marcada por apitaço, bandeiradas, faixas de repúdio e vaias. Assim foi a recepção dos educadores e estudantes ao governador Antônio Anastasia, em visita à cidade de João Monlevade, no dia 24 de setembro. Ele cumpria agenda de campanha eleitoral em apoio ao candidato tucano à prefeitura municipal, Teófilo Torres.
O protesto foi organizado pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação, subsede João Monlevade, e reuniu cerca de 300 pessoas, entre trabalhadores da educação, estudantes da rede pública estadual e cidadãos solidários à causa da categoria.
Na ocasião, foi realizado comício em um palco improvisado na Praça Sete de Setembro, no centro da cidade, em apoio à candidatura do tucano Teófilo Torres para prefeito de João Monlevade. Anastasia foi ao município tentar alavancar a campanha do correligionário.
Porém, no momento em que começou a discursar, a voz do governador foi logo abafada pelo grito de repúdio e vaias dos educadores e manifestantes, num sinal de protesto contra os prejuízos que vem causando à educação em Minas Gerais. Incomodado com os protestos, Anastasia mal conseguiu discursar por 10 minutos, e logo desceu do palco e se retirou.
“Essa mobilização foi muito importante, não só pra mostrar nosso descontentamento com esse governador ditador, mas pra exercitar nos alunos as noções de cidadania e reivindicação pelos seus direitos. Também conseguimos mostrar à população local a realidade da educação mineira”, afirmou a coordenadora da subsede João Monlevade e diretora estadual do Sind-UTE/MG, Rita de Cássia Figueiredo.
Segundo ela, outro fator importante a se considerar é a mobilização dos educadores municipais contra a candidatura do apoiado de Anastasia, Teófilo Torres, para que o caos na educação não seja reproduzido, também, na rede municipal de João Monlevade. “Candidato apoiado pelo Aécio e Anastasia, e que tem ligação com quem vota contra os educadores, não merece nosso voto”, completou Rita Figueiredo.
Candidato tucano
Teófilo Torres, candidato pelo PSDB à prefeitura de João Monlevade, é filho de Mauri Torres, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG). Este último foi o relator do Termo de Ajuste de Gestão (TAG), manobra jurídica que facultou ao Governo do Estado a redução dos percentuais de investimento para a saúde e educação.
O TAG foi firmado no final de abril deste ano entre o Governo de Minas e o TCE, e permite que o Estado continue a não investir o mínimo constitucional de 12% do orçamento na saúde e de 25% na educação até 2014, e tem ainda a possibilidade de prorrogação até 2015.
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