O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) realizou, nessa terça-feira (24/04), uma panfletagem na Praça 7, centro da capital mineira. Os/as trabalhadores/as em educação distruibuíram cerca de 4.000 unidades Dossiê da Educação para a população. O material denuncia a realidade da educação da rede estadual.
O Sindicato organizou, também, um sopão da educação, que foi entregue às pessoas numa crítica à situação de proibição da alimentação escolar aos profissionais da educação. Além disso, foram expostos faixas e pratos da campanha salarial 2012. Este ano, o mote da campanha é “A Educação Mineira tem fome de Piso Salarial, Carreira e de Qualidade”.
Trabalhadores em educação de várias cidades participaram da atividade. “Nossa ação simbólica, com a distribuição do sopão, foi muito importante porque pudemos explicar às pessoas o significado do sopão, dos pratos. Tudo aqui ilustra nossas reivindicações, a precariedade da educação em Minas. Na Escola Estadual de Ensino Médio, em Contagem, por exemplo, onde sou professora, não há nem supervisor nem diretor. É um absurdo! Um descaso do governador e do governo”, relatou a coordenadora da subsede de Esmeraldas, Roseli das Graças Souza Coelho.
Para a analista educacional da Superintendência Regional de Ensino da cidade de Almenara, Marilde Rodrigues Campos, os pratos ilustram, com fidelidade, as reivindicações da educação, e a população se mostrou bastante receptiva ao apelo da militância. “O governo, ao proibir o professor de merendar na escola, sem querer nos ajudou a criar o mote da nossa campanha. Acho a ideia do prato fantástica e condizente com nossa realidade porque o governo não paga o Piso, nos deixa com ‘fome’ literalmente e à míngua com uma carreira congelada. Com esses pratos, conseguimos passar o nosso recado às pessoas”, afirma.
A entrega do dossiê, em especial, tem despertado a consciência das pessoas para os problemas enfrentados pela educação pública no estado de Minas Gerais. Essa foi a percepção do diretor estadual do Sind-UTE/MG, Welshman Gustavo Pinheiro, da Escola Estadual Melquíades Batista, situada em Carmo do Cajuru, ao entregar o documento a quem passava pela Praça Sete. “As pessoas recebiam o dossiê e queriam saber do que se tratava. Assim que nós as esclarecíamos, elas ficavam indignadas, e se perguntavam porque não tinham conhecimento dessa realidade, dos números apresentados pelo Sindicato. Isso reflete a prática de ocultação da realidade na educação em Minas, já que o governo divulga anúncios que não correspondem com a real situação da educação estadual”, disse.
A professora aposentada e também diretora do Sindicato, Mônica Maria de Souza, avalia que as pessoas receberam o dossiê e as questões da categoria com acolhida e atenção. Segundo ela, ao serem informadas sobre a realidade das escolas e da carreira dos profissionais da educação, muitos se surpreendam com os números e os fatos apresentados. “A sociedade está entendendo que a educação em Minas está precária, insatisfatória. Nossos jovens estão desmotivados e não querem seguir a carreira de professor. Tudo isso é reflexo de uma política que desvaloriza os profissionais da educação, e a atitude de proibir os professores de merendar nas escolas não condiz com a postura de um governante”, explica.
Para a diretora estadual do Sind-UTE/MG, Idalina Franco de Oliveira, que leciona na Escola Estadual Professora Maria Amélia Guimarães, em Belo Horizonte, a atividade cumpriu seu objetivo de informar à sociedade que os/as educadores/as em Minas têm fome de Piso e de uma educação de qualidade. “As pessoas se surpreendem quando vamos às ruas e denunciamos que o Governo não cumpre os compromissos assumidos com a categoria. E ficam espantadas ao denunciarmos a atitude mesquinha do Estado em proibir o professor de merendar na escola, ainda mais que a verba para isso vem do governo federal”, explica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário