segunda-feira, 15 de julho de 2013

Educadores se unem ao movimento das ruas e criticam a ação policial durante as manifestações dessa quarta-feira

Os educadores, vindos de todas as regiões mineiras, se concentraram nessa quarta-feira (26/06) na Praça 7, de onde saíram em direção ao Mineirão para, mais uma vez, dialogar com a população sobre a realidade da educação estadual, relatar os problemas e denunciar o descaso do governo mineiro.

A Pampulha foi escolhida por sua visibilidade, já que iria sediar novamente uma partida de futebol, desta vez, Brasil e Uruguai, pelas semifinais da Copa das Confederações. O movimento dos trabalhadores em educação tem ganhado apoio e tem sido aplaudido por onde passa nas manifestações realizadas este mês.

A categoria está em greve por tempo determinado e, nos dias 17, 22 e 26 de junho, realiza atos nas proximidades do estádio que sediou algumas partidas de futebol pela Copa das Confederações. Nesses dias, foram distribuídos folders bilíngue (português/inglês) e balões, durante conversa com a população – turistas mineiros, brasileiros e estrangeiros. 

Ato do dia 26/06

Ainda na Praça 7, centro de Belo Horizonte, se juntaram aos educadores, os servidores da saúde, trabalhadores da Copasa, eletricitários, metalúrgicos, metroviários, além de outras categorias como os médicos. De lá, seguiram, de forma pacífica, rumo a Pampulha. Ao avançarem na caminhada, se juntavam a eles, cada vez mais e mais pessoas de outros movimentos. Os manifestantes tomaram as ruas da capital do centro à Avenida Antônio Carlos num colorido e coro fortes, com diferentes reivindicações.

O Sind-UTE é solidário com a família do jovem metalúrgico, Douglas Henrique de Oliveira Souza, de 21 anos, que ao tentar escapar das bombas jogadas pela Polícia Militar sobre os manifestantes, caiu de uma altura de aproximadamente 6 metros do Viaduto Abrahão Caram e morreu no Hospital João XIII e repudia a violência policial. Há registros de dezenas de pessoas feridas e de várias prisões.

Conflito e truculência

Para o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), que integra Comissão de Prevenção à Violência em Manifestações Populares, a polícia novamente errou ao fazer um cerco aos manifestantes que queriam apenas protestar e mostrar sua indignação.

“Os movimentos sociais das ruas lutam pelos direitos do povo, dos trabalhadores. As ruas clamam por respeito à educação, à saúde, querem o fim da corrupção, entre outras reivindicações”, explica a presidente da CUT/MG e coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira.

Segundo o Comitê Popular dos Atingidos pela Copa, em nota pública, a Polícia Militar tinha plena condição de resistir às provocações de poucos manifestantes para não violar todos aqueles que saíram as ruas para lutar pelos seus direitos. “Temos suspeitas, inclusive, da presença de policiais infiltrados incitando a violência para justificar uma posterior ação que visa dispersar a manifestação.”

O Comitê não considera que os chamados “atos de vandalismo” justifiquem uma ação de repressão que coloca a vida das pessoas em risco. “O Copac, embora não promova nem estimule ações diretas contra o patrimônio, não aceita a dicotomização realizada pelo estado e pela mídia entre vilões e mocinhos. Como espaço agregador de diferentes coletivos, movimentos e grupos de atingidos pela Copa, entendemos como válidas as diversas formas de manifestação da indignação coletiva que visem objetivos progressistas e não promovam a violência direta contra as pessoas. Não confundimos pacificidade com passividade.”

Ao fazer coro ao Comitê Popular dos Atingidos pela Copa, os educadores também se manifestam contrários às violações e privatização do espaço público em decorrência da realização do megaevento Copa das Confederações FIFA. “Estamos indignados, pois somos contrários a todo tipo de repressão e violência, mas, reafirmamos que o ir às ruas para reivindicar um país justo e para todos é legítimo e deve ser cada vez mais utilizado pelo cidadão que deseja manifestar sua insatisfação”, afirma Beatriz Cerqueira.

Assembleia Estadual com paralisação total de atividades

Os trabalhadores em educação permanecem em luta, com o calendário de greve por tempo determinado. Hoje, 27 de junho, acontecem manifestações regionais e nova Assembleia Estadual da categoria está prevista para dia 04 de julho, às 14h, no pátio do Legislativo Mineiro. Nesse dia haverá paralisação total de atividades.








































Fotografias: Taís Ferreira

Nenhum comentário:

Postar um comentário