sexta-feira, 1 de março de 2013

Alunos têm aula em corredor, sem banheiro ou bebedouro





Os cerca de 700 alunos do ensino fundamental da Escola Estadual Paula Rocha, em Sabará, na região metropolitana da capital, só iniciaram o ano letivo anteontem e de maneira precária. As aulas estão sendo ministradas de forma improvisada no espaço de outros dois colégios, onde os estudantes se amontoam em corredores, sem bebedouros ou banheiros em número suficiente.

Segundo o sindicato dos professores, esse não é um caso isolado, e, em muitos colégios públicos, a precariedade se repete. Entre os prejuízos aos estudantes, segundo especialistas, estão o favorecimento à dispersão e à indisciplina.

Segundo a Secretaria de Estado de Educação, em Minas, 1.350 das 3.702 escolas passam por reforma. A Paula Rocha foi interditada no fim de janeiro para uma remodelação que deve durar um ano e meio. O fechamento aconteceu porque o prédio estava com assoalho caindo, piso soltando, e havia goteiras, cupins e pombos por todo lado. A previsão da Superintendência Regional de Ensino é de que a reforma custe R$ 4 milhões.

“E aqui (na Escola Estadual Zoroastro Vianna Passos) também está precário. Três turmas estudaram no corredor, o recreio foi em um estacionamento, onde tem pedra e sucata. Os meninos não têm nem lugar para merendar, lancham em pé”, contou uma professora.

“Isso é recorrente. Falta planejamento, como deixar algumas reformas para as férias. Visitei uma escola na Zona da Mata que só funciona quando não chove, por causa de inundações”, disse a coordenadora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas (SindUte-MG), Beatriz Cerqueira.

A diretora da Superintendência Regional de Ensino, Elci Santos, admite a falta de estrutura, mas garante uma solução rápida. “Na Zoroastro, há alguns probleminhas porque o tempo foi curto para fazer as adaptações necessárias, mas hoje (ontem) fica tudo pronto.”

Segundo a doutora em educação Aleluia Lisboa, o impacto na aprendizagem é inevitável e imediato. “As escolas não precisam ter datashow em todas as salas, mas têm que garantir o básico, como o número adequado de alunos por sala, quadro, carteiras. Na falta da estrutura mínima, vai haver dispersão e indisciplina. A escola tem que ser um lugar atraente e convidativo. O espaço e os equipamentos compõem e agregam para que o aluno aprenda melhor.”

FOTO: Denilton Dias

Escola da região Centro-Sul da capital está em reforma desde novembro

Capital

Sem pátio, disciplina é suspensa
Os problemas de infraestrutura enfrentados por professores e alunos em Sabará, na região metropolitana, também fazem parte do cotidiano de instituições de Belo Horizonte.

Segundo uma funcionária da Escola Estadual Pandiá Calógeras, no bairro Santo Agostinho, na região Centro-Sul, o colégio está fechado para reformas desde novembro. As aulas foram transferidas para um prédio de três andares na Savassi, na mesma região, que não oferece estrutura adequada para os 1.600 alunos.

“Como o local provisório é pequeno e não tem pátio, a disciplina de educação física não está sendo ministrada. Além disso, sempre ouvimos queixas dos meninos porque falta espaço nas salas”, revelou a servidora.

A Secretaria de Estado de Educação informou que o prédio alugado para receber as aulas já foi sede de uma instituição de ensino superior e, por isso, conta com estrutura adequada. A conclusão das obras de recuperação está prevista para fevereiro de 2015, e o custo da reforma gira em torno de R$ 4 milhões.

Outra mudança de sede gera transtornos em Belo Horizonte. Os 600 alunos da Escola Estadual Caio Nelson de Sena, no bairro Alto Caiçara, na região Noroeste da capital, começaram a estudar neste mês na Escola Estadual Odilon Beherens, no bairro Coração Eucarístico, na mesma região.

Porém, por causa da distância de cerca de 5 km de uma instituição à outra, o Estado teve que disponibilizar ônibus para fazer o transporte dos alunos. A obra, que começou em dezembro do ano passado, deve ser finalizada no segundo semestre deste ano. A reforma vai ficar em R$ 2 milhões. (FV)


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