domingo, 20 de outubro de 2013

Justiça Eleitoral inicia campanha para incentivar jovens a tirar o título


Com o mote “Eu me represento: eu voto” e o slogan “Vem para a urna”, começa a ser veiculada nesta quarta-feira (16) nas emissoras de rádio e TV de todo o país a Campanha do Jovem Eleitor. A iniciativa da Justiça Eleitoral busca incentivar os jovens de 16 e 17 anos – para os quais o voto é facultativo – a procurar desde já um cartório eleitoral para tirar seu título e, assim, participar ativamente do pleito de 2014. 

A campanha, com peças no rádio e na TV, também tem o objetivo de fortalecer a cidadania, estimulando a participação do eleitor jovem nos rumos da política nacional. Além disso, a iniciativa busca evitar a formação de filas nos cartórios às vésperas do fechamento do cadastro eleitoral, no início de maio.

Semana do Jovem Eleitor em Minas Gerais

Para complementar as ações da campanha, será realizada de 21 a 25 de outubro a Semana do Jovem Eleitor. Em Minas Gerais, entre outras ações, haverá nesta semana um incremento do atendimento itinerante, ou seja, 21 cartórios irão ao encontro do eleitor, fazendo o cadastramento em escolas ou em órgãos públicos.

Em Belo Horizonte, estão previstos atendimentos em dez bairros diferentes: Salgado Filho, Progresso, Nova Granada, Vera Cruz, Ermelinda, Santa Efigênia, Nova Gameleira, Funcionários, Casa Branca, Santa Terezinha (veja detalhes abaixo).

No interior do Estado, haverá atendimento itinerante em Matozinhos, Paraopeba, Itaúna, Bom Despacho, Rio Pardo de Minas, Bom Sucesso, Conceição do Mato Dentro, entre outras cidades (confira detalhes na tabela abaixo).

Atualmente, em Minas Gerais, dos 15 milhões de eleitores, 93.262 são jovens com 16 e 17 anos (48 mil mulheres e 45.262 homens), o que representa aproximadamente 0,62% do eleitorado. De acordo com dados da Justiça Eleitoral, no último mês de cadastramento eleitoral em 2010 (última eleição geral), cerca de 50% dos atendimentos corresponderam ao alistamento, ou seja, eleitores buscando o novo título. O restante se referia ao eleitor que transferiu o título, pediu a revisão dos seus dados e a segunda via.

Como em 2014 haverá eleição, é importante que o jovem se antecipe e não deixe para tirar o documento na última hora, momento em que muitos também procuram o cartório também para fazer transferências, tirar segunda via ou mesmo pagar multas.

Para tirar a primeira via do título eleitoral basta ir até o cartório mais próximo com um documento de identificação oficial e um comprovante de residência. O título fica pronto na hora e não há nenhum custo. Mais detalhes no Disque-Eleitor: 148.

Confira a lista com todos os atendimentos da Semana do Jovem Eleitor em Belo Horizonte

Confira a lista com todos os atendimentos da Semana do Jovem Eleitor no interior

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Como valorizar a carreira de professor no Brasil?

Especialista diz que profissão sofre com 
problemas de atratividade no Brasil
Em meio a protestos por melhorias na educação, à greve de professores no Estado do Rio de Janeiro e à pouca procura pela carreira no magistério, o que é preciso para valorizar a carreira de professor no Brasil?

Pesquisa divulgada no início do mês pela fundação educacional Varkey Gems colocou o Brasil em penúltimo lugar entre 21 países em um ranking de valorização de professores, com base na remuneração de docentes, respeito por parte dos alunos em sala de aula e o interesse pela profissão.

Neste último quesito, uma outra pesquisa, das fundações Victor Civita e Carlos Chagas, deu também indícios desanimadores: apenas 2% dos estudantes de ensino médio pesquisados tinham como primeira opção no vestibular carreiras em pedagogia ou licenciatura.

"Há o problema da atratividade da carreira e da formação dos professores – e ambos estão interligados", opina à BBC Brasil Paula Louzano, pesquisadora da Faculdade de Educação da USP e doutora em educação em Harvard.

"Ao contrário de países (com ensino considerado de alta qualidade) como Cingapura, Finlândia e Canadá, no Brasil o trabalho é visto como algo que qualquer um pode fazer. A maioria não escolhe ser professor, é escolhido (por falta de outras oportunidades)."

A mudança dessa mentalidade é "fundamental", diz Louzano. "A docência é uma das profissões mais complexas de se fazer bem-feito, de ensinar 40 alunos de uma mesma sala com demandas e históricos diferentes."

O tema ganha força nesta terça-feira, dia do professor, em que estão planejados protestos pela educação em diversas cidades brasileiras e em que a presidente Dilma Rousseff escreveu em seu perfil no Twitter que "educação de qualidade exige professores mais bem formados e melhor remunerados".

Também nesta terça-feira, professores fluminenses decidiram em uma assembleia continuar uma greve iniciada há 2 meses.
Salários

O debate sobre a atratividade da profissão também passa por salários. Um levantamento da ONG Todos Pela Educação com base em dados do Pnad (pesquisa nacional de amostra de domicílios do IBGE) mostra que os professores de educação básica brasileiros ganham apenas um terço do que a média de profissionais formados em ciências exatas.

Professores estão há dois meses em greve no Rio
Isso ajudaria a explicar a dificuldade de muitas escolas em conseguir bons professores de física e matemática, já que profissionais com esse tipo de formação conseguem remuneração muito superior em outras áreas.

Ao mesmo tempo, o levantamento da ONG aponta que o salário dos professores tem crescido gradativamente entre 2002 e 2011 (o Pnad de 2012 ainda não foi computado), ganhando competitividade perante os rendimentos de outros profissionais com ensino superior completo.

"A diferença salarial está caindo, mas as condições de trabalho não dizem respeito apenas ao salário", explica Alejandra Meraz Velasco, gerente técnica da Todos Pela Educação.

Beatriz Lugão, diretora do Sindicato Estadual dos Professores do Rio, cita entre as queixas da categoria "a falta de autonomia pedagógica (o fato de os professores se sentirem limitados quanto à elaboração das aulas, por exemplo), turmas superlotadas, sucateamento de escolas e filtro ideológico na indicação política (do corpo de diretores)".

Simultaneamente, um dos avanços em políticas públicas, diz Paula Louzano, é a adoção de um piso salarial nacional aos professores, ainda que não tenha sido estabelecido em âmbito federal um limite máximo de horas de trabalho.

"Isso faz com que alguns professores trabalhem 71 horas semanais, em duas ou três escolas diferentes. A qualidade desse trabalho vai ser afetada."
Gestão escolar

Para Naercio Menezes, coordenador de pesquisas do centro de políticas públicas do Insper, o professor está lentamente recompondo seu poder de compra perante outras carreiras, mas ele argumenta que não há uma correlação clara entre salários de mestres e o desempenho dos estudantes em avaliações como a Prova Brasil. E diz que o número de faltas desses professores é um dos fatores que prejudicam os alunos.

"O mais importante é a gestão (escolar)", defende. "Se a escola não introduz a meritocracia e o bônus pelo desempenho (dos professores), há uma acomodação geral no sistema."

A ideia não é consenso entre especialistas. Louzano argumenta que a escola pública, em geral, não oferece apoio suficiente ao docente para impor cobranças por meritocracia.

"É preciso pensar numa política que combine apoio (ao professor) e incentivos (ao seu desempenho)", opina.

Mas a gestão escolar volta a aparecer como um fator importante em uma recente pesquisa da Fundação Lemann e do Itaú BBA, que mapeou iniciativas bem-sucedidas em escolas em regiões carentes do país.

Entre essas iniciativas estão estratégias para valorizar o docente – mesmo na ausência de um plano de carreira – e capacitação especial para os professores em pontos específicos do conteúdo escolar que eles tenham tido dificuldade em ensinar aos alunos.

Formação
Gestão escolar e formação de docentes são
apontadas como fatores importantes
A capacitação e formação dos mestres é citada também por Paula Louzano como um dos pontos cruciais para a valorização do docente e a melhoria do ensino básico no país.

Ela cita duas preocupações específicas: primeiro, a não-valorização de suas habilidades ("infelizmente consideramos aceitável que, se falta um professor de física, qualquer um possa dar aula no lugar dele") e, em segundo lugar, a proliferação de cursos privados de qualidade duvidosa - muitos à distância e com carga horária insuficiente – na formação de docentes.

"Há no mercado cada vez mais cursos baratos, de final de semana, e sem tutores qualificados, que certificam (pessoas a serem professores)", argumenta. "Por que não consideramos isso aceitável em engenharia ou medicina, mas sim na formação de nossos professores?"

Questionado pela BBC Brasil, o Ministério da Educação enumerou projetos diversos voltados à valorização de docentes, como o Plano Nacional de Formação de Professores (com cursos de licenciatura e formação pedagógica), o Pibid (programa de concessão de bolsas a alunos de licenciatura) e a Universidade Aberta do Brasil, que tem cursos de aperfeiçoamento a professores em áreas como matemática, gestão escolar e educação integral, entre outros.

Fonte: Paula Adamo Idoeta da BBC Brasil - Atualizado em 15 de outubro, 2013 - 17:44 (Brasília) 20:44 GMT

A realidade da Educação em Minas Gerais

Beatriz Cerqueira – Coordenadora-geral do Sind-UTE/MG

Muito diferente do que diz o governo de Minas nas propagandas veiculadas na imprensa e também nas redes sociais, não é verdade que os educadores mineiros receberam adicional de desempenho. 

Nesse vídeo, a coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira, explica que a categoria vive, desde 2003 (Governo Aécio), uma situação de flagrante retirada de direitos, numa manobra do Executivo de também esfacelar a categoria, dividindo os profissionais da educação.

Incomodados com a atuação do Sind-UTE/MG, amigos do senador Aécio Neves fizeram um vídeo em que chamam Beatriz Cerqueira de mentirosa por afirmar que o governo do Estado nunca pagou adicional de desempenho.

Mas, a coordenadora-geral do Sindicato reafirma que, em 2003, o então governador, Aécio Neves, fez uma reforma administrativa e retirou dos novos concursados o direito a quinquênio e trintenário e propôs o adicional de desempenho, parcela fixa no contracheque. Mas este adicional não foi pago para a educação. No entanto, os autores do vídeo afirmam que a categoria recebia o "novo quinquênio" até 2011. “É muito simples esclarecer essa questão. No vídeo que postamos agora, diversos professores falam que jamais receberam esse adicional de desempenho e é essa a realidade de hoje.”

Essa política nefasta continuou no Governo Anastasia (2011). O Sind-UTE/MG destaca que o governo nunca pagou adicional de desempenho aos profissionais da rede estadual e o prêmio por produtividade de 2011 foi pago somente em 2013.

Já o prêmio de 2012 não tem sequer previsão de pagamento. “As metas são estabelecidas pela chefia sem a participação de quem está na ponta, no nosso caso, sem a participação de quem está na escola”, relata Beatriz Cerqueira.

Confira essa e outras realidades dos educadores mineiros nos depoimentos de vários professores dispostos neste vídeo:

Fala Professor

Sidney, professor de Física em Betim.

Patrícia, professora em Contagem – E.E. Boa Vista

Gustavo, professor de Geografia, na E.E Agnelo Corrêa, em Belo Horizonte

Diliana, professora na E.E Melo Viana, em Belo Horizonte. Há mais de 14 anos na rede estadual. 

Marilda, professora de Matemática e há mais de 30 anos na rede estadual de ensino. 

Beatriz Cerqueira, coordenadora-geral do Sind-UTE/MG destaca que, desde 2003, quando começou a reforma - o chamado Choque de Gestão - os educadores só acumulam perdas.

Leila, professora na E. E. Cândido Portinari, em Belo Horizonte, 21 anos de serviço prestado à educação pública mineira.

Acampamento dos educadores muda para o pátio da ALMG no Dia de Mobilização conjunta com o Sind-Saúde

Iniciativa visa sensibilizar parlamentares no sentido de que a ALMG cumpra seu papel de mediadora, para que o governo pague o Piso e descongele a carreira

Desde essa quarta-feira (16.10), o Acampamento dos educadores mineiros está no pátio da ALMG por tempo indeterminado. O movimento da categoria, coordenado pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), que acontece desde 30 de agosto, no Palácio das Mangabeiras, residência oficial do governador, mudou de endereço nessa quarta-feira, mesmo dia em que os educadores realizaram o Dia de Mobilização conjunta com o Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde), que também reivindica Piso Salarial e valorização da categoria.

O ato serviu para renovar força e unificar estratégias para alcançar conquistas e direitos dos trabalhadores da saúde e da educação. Caravanas de educadores de todas as regiões mineiras estiveram presentes, a exemplo de Caratinga, Esmeraldas, Pirapora, Brumadinho, Bocaiúva, Espinosa, Pouso Alegre, Alfenas, Montes Claros, Curvelo, Unaí, Governador Valadares e Ponte Nova.

A iniciativa contou com a participação dos movimentos sociais, sindicais e estudantil. Estiveram presentes representantes da CUT, do Sindicato dos Trabalhadores em Indústrias de Massas Alimentícias e Biscoitos de Contagem (Sindimassas), União Nacional dos Estudantes (UNE), entre outros. Na oportunidade, os sindicalistas ocuparam a galeria do Legislativo, com faixas e cartazes, reafirmando a unidade e a presença da categoria no acompanhamento das reuniões plenárias.

O coordenador do Sind-Saúde, Renato Barros aprovou a manifestação. “Este ato, no Dia de Mobilização do Sind-Saúde e Sind-UTE, fortalece nossa luta. Defendemos uma luta conjunta de todos os servidores e repudiamos o reajuste zero.” Por sua vez, a direção da UNE reafirmou apoio aos professores: “só há educação de qualidade com a valorização dos professores”, resumiu a representante Fátima.

Acampamento dos educadores

O Acampamento no pátio da ALMG tem por objetivo acompanhar o cotidiano dos deputados estaduais e a tramitação do projeto de lei do Executivo, que prevê reajuste dos salários dos servidores. O projeto está sendo aguardado no Legislativo. “Precisamos acompanhar o trâmite do projeto, sensibilizar e fiscalizar os parlamentares quando da votação da matéria. É necessário conhecermos os deputados que votam contra os trabalhadores para darmos a resposta nas urnas”, afirmou a coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira.

Parlamentares aliados dos educadores trabalham para por em pauta outras duas questões – uma que trabalha a anistia da greve de 2011/12 e a liberação da merenda para educadores. A ideia é os trabalhadores em educação manterem o movimento de vigília no local e convocarem toda a categoria no dia da votação, quando também deverá ser marcada a próxima Assembleia Estadual dos educadores.

A direção do Sind-UTE/MG entende ser fundamental difundir a verdadeira realidade da educação para a sociedade, por isso buscam estreitar o diálogo com a população mineira. A categoria denuncia o descaso do governo para com os educadores e exige respeito.

As principais reivindicações, que constam da pauta da Campanha Salarial Educacional de 2013, protocolada no início do ano junto ao Governo, são o pagamento do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN), o descongelamento da carreira e o investimento de 25% de impostos para a educação. Vale lembrar que, segundo levantamento feito pelo Sind-UTE/MG, com base nos dados do Tribunal de Contas, o governo deixou de investir R$8 bilhões no setor, nos últimos dez anos.

“Passados 47 dias o governador Anastasia ainda não nos procurou para conversar, o que comprova o descaso para com a educação e mais, ele não busca entendimento com a categoria. Continuaremos lutando pelas nossas reivindicações e por uma educação pública de qualidade social,” diz Beatriz Cerqueira.

O Acampamento acontece por revezamento dos educadores e, a cada noite, fica sob a responsabilidade de uma ou duas subsedes. São 12 barracas e, dormem, em média, cerca de 25 trabalhadores em educação de todo o Estado. Nessa quarta-feira permaneceram educadores das subsedes de Belo Horizonte e Sete Lagoas.

O Sind-UTE/MG vai manter diversas atividades pedagógicas no Acampamento da ALMG, em especial nos finais de semana, a exemplo do que vinha acontecendo no Palácio das Mangabeiras.

Calendário de organização e mobilização

17 de outubro

Participar dos atos contra a privatização do petróleo, contra o leilão do Campo de Libra. Às 10h, na Praça Sete.

Durante todo mês de outubro

As subsedes deverão realizar assembleias locais com toda a categoria, plenárias com Auxiliar de Serviços da Educação Básica e Assistentes Técnicos.

19 a 27 de outubro

Realização do Plebiscito Popular pela redução da tarifa de energia. A direção do Sind-UTE/MG apoia o Plebiscito Popular sobre a redução da tarifa de energia e do ICMS na conta de luz. A tarifa de energia elétrica em Minas Gerais é uma das mais caras do país.










Sind-UTE/MG cobra dos deputados posicionamento contra as imposições do governo do Estado

O Acampamento dos trabalhadores em educação na porta do Palácio das Mangabeiras, organizado pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), recebeu nessa segunda-feira (14/10,) a visita de deputados integrantes da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Compareceram os parlamentares do PT Rogério Correia e Maria Tereza Lara.

Eles puderam ouvir os relatos de cerca de 50 professores sobre a real situação vivida pelos educadores em Minas Gerais. Durante a visita, estavam no acampamento professores de Belo Horizonte, Contagem, Betim, Esmeraldas, Divinópolis, Vespasiano e Sete Lagoas.

Governo se nega a pagar o Piso Salarial

A coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira, avaliou positiva a visita da Comissão de Educação ao Acampamento, uma vez que os deputados puderam conhecer a realidade da categoria e os problemas relatados pelos educadores no interior da escola.

Beatriz Cerqueira explicou que o governo paga para os professores um subsídio, que engloba todos os benefícios da categoria, o que não significa Piso Salarial. “Queremos o Piso como vencimento básico e, a partir daí, que sejam calculados os demais direitos”, afirmou.

Drama da Educação

Foram muitas as reivindicações apresentadas pelos professores acampados, entre elas a melhoria da infraestrutura das escolas, com laboratórios de ciências, quadras esportivas e refeitórios. Também foram citados desafios como a superlotação das salas de aula e a violência, entre outros.

Patrícia Pereira, professora na Escola Estadual Boa Vista, em Contagem, com sete anos de rede estadual, reclama que professores com mais tempo de carreira recebem o mesmo salário dos que estão ingressando agora na carreira. Ela, que também é membro do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência, afirma que a inclusão em Contagem é uma calamidade, já que a maioria dos educadores não recebeu formação para lidar com os vários tipos de deficiência existentes.

Diliana, professora na Escola Estadual Melo Viana, em Belo Horizonte, afirma que o governo proibiu a extensão da carga horária, sendo que ela tem mais de 14 anos na rede estadual e a prática era normal até então e, que agora, estão contratando pessoas sem experiência para a função. A professora relata que alunos foram ‘convidados’ a deixarem a escola depois que participaram de uma passeata cobrando melhorias para a instituição escolar.

O estudante Lincoln Emanuel, do Grêmio Estudantil do Instituto de Educação e presidente da Associação Metropolitana dos Estudantes Secundaristas da Grande Belo Horizonte (AMES), demonstrou sua indignação com as salas de aula sempre lotadas, a falta de professores, a cozinha que não atende à demanda e a promessa permanente por parte do governo, de mudanças que nunca chegaram.

Outro item bastante contestado foi o Reinventando o Ensino Médio. Segundo os professores, eles não foram consultados no momento da formulação do Programa. Além disso, estão sendo utilizados os mesmos professores de matérias tradicionais para ministrarem as matérias do Reinventando, mas sem nenhum treinamento específico.

Acampamento

Os trabalhadores da educação estão acampados em frente ao Palácio das Mangabeiras desde 30 de agosto, Dia Nacional de Mobilização, proposto pelas Centrais Sindicais. Nesta quarta-fera (16/10), o Acampamento será deslocado para o pátio da Assembleia Legislativa de Minas. O objetivo, segundo Beatriz Cerqueira, é chamar a atenção da sociedade para a realidade da categoria e também sensibilizar os deputados a escutarem os trabalhadores da educação e ajudarem a resolver essas questões, como a implantação o Piso Salarial, o descongelamento da carreira e o investimento dos 25% de impostos para a educação, conforme determina a Constituição Federal de 1988.

De acordo com a professora Beatriz Cerqueira foi com os votos de 51 deputados que o Executivo conseguiu aprovar o subsídio e o congelamento da carreira. “Se o Legislativo não tivesse aprovado, a carreira não estaria paralisada e não haveria o subsídio”, afirmou. Por isso, segundo ela, a estratégia agora é acompanhar de perto a tramitação da proposta de reajuste do governo.

Calendário de luta

Também nesta quarta (16/10), O Sind-UTE/MG realiza um Dia de Mobilização conjunta com o Sindisaúde, a partir das 14h, no pátio da ALMG para, mais uma vez cobrar os pontos da pauta de reivindicações que consta da Campanha Salarial Educacional 2013, protocolada no início do ano junto ao governo.








Dia do Educador