sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Comissão de negociação se reúne na Assembleia para discutir propostas para a Educação



Nessa quinta-feira, 29/09, no salão nobre da Assembleia Legislativa, foi formada a Comissão tripartite que irá analisar o projeto do Governo sobre a nova remuneração dos profissionais de Educação de Minas Gerais. O líder do PMDB, deputado Antônio Júlio, assumiu a coordenação do colegiado, formado pelos deputados Rogério Correia (PT), Pompílio Canavez (PT), Adalclever Lopes (PMDB), João Leite (PSDB), Sebastião Costa (PPS), Duarte Bechir (PMN) e Cássio Soares (PRTB), além de representantes do Sind-UTE/MG e do governo.

Durante a reunião, a coordenadora-geral do Sind-UTE, Beatriz Cerqueira, apresentou os pontos para negociação do projeto e informou que na próxima reunião terá início o debate com os técnicos do governo. “Vamos tratar essa questão com serenidade, sem bandeiras partidárias. Acho que não teremos dificuldades para chegar a um acordo. Já na próxima reunião, iremos discutir os temas apresentados pelo sindicato com a presença dos indicados do Governo. Vamos fazer o possível para agilizar ao máximo a questão, pois o projeto já está na Assembleia”, explicou o deputado Antônio Júlio.

Entre os pontos apresentados pelo sindicato, estão a recomposição dos salários cortados, a suspensão dos próximos cortes, a revisão de punições e, principalmente, o pagamento do piso federal de acordo com a carreira. A ata com a reivindicação dos professores será encaminhada ao governador Antônio Anastasia. A próxima reunião da comissão acontece na segunda-feira, 3/10, às 15 horas, no salão do 23° andar do Edifício Tiradentes, com a presença de representantes das secretarias de Governo, de Planejamento e de Educação.

Fonte: Ivana Prudente - Blog do Rogério Correia - em 29 setembro 2011 às 19:00

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Notícias sobre o Piso Salarial Profissional Nacional

Piso salarial dos professores chegará a R$ 1.450,86 em 2012 
Projeção do Tesouro para o valor, que representa reajuste de 22%, ainda pode ser alterada até o fim do ano 

A projeção de arrecadação de impostos feita pelo Tesouro Nacional mostra que o piso salarial dos professores brasileiros deve chegar a R$ 1.450,86 em 2012. O valor é 22% maior do que o definido pelo Ministério da Educação para este ano, de R$ 1.187,08, e promete causar polêmicas entre governantes estaduais e municipais. Apesar de previsto em lei, o salário ainda não é cumprido por todos os Estados e municípios, que alegam falta de recursos para pagá-lo. 

Essa é a menor remuneração que os professores devem receber por 40 horas de trabalho semanais. Vale lembrar, no entanto, que o valor ainda pode sofrer alteração. O reajuste do piso salarial é calculado com base no valor mínimo gasto por aluno segundo o Fundo de Manutenção da Educação Básica (Fundeb). Com as previsões já divulgadas pelo Tesouro, cada estudante custará R$ 2.009,45, pelo menos. Porém, só em dezembro, quando os cálculos são atualizados, o MEC divulga o valor final do piso. Os reajustes passam a valer em janeiro. 

A previsão é um pouco maior do que a calculada inicialmente pelo consultor educacional Luiz Araújo e divulgada pelo iG nesta terça-feira. Ele havia utilizado o reajuste sofrido pelo custo mínimo por aluno no Fundeb (que será de 16,68% em 2012) para calcular o piso salarial. Porém, a metodologia usada pelo MEC para fazer essa conta leva em consideração os valores estimados para gasto por aluno dos dois anos anteriores (2010 e 2011). O índice ficou em 22%.

“As projeções do Tesouro não costumam ficar muito fora daquilo que de fato acontece. Às vezes, há ajustes para menos ou mais”, afirmou o ministro da Educação, Fernando Haddad. 

Recursos extras

A partir da projeção de receita arrecadada com impostos por Estados e municípios, a União coloca mais recursos no Fundeb. Essa verba é destinada aos Estados que não conseguirão investir o valor mínimo estabelecido para cada aluno em todas as etapas da educação. Em 2012, o governo federal vai colocar R$ 10,6 bilhões no fundo. E parte desse recurso, pouco mais de R$ 1 bilhão, poderá ser usado para auxiliar a pagar o piso salarial. 

Somente os Estados que receberão o complemento da União para financiar o ensino podem receber ajuda para o pagamento do piso dos professores. Em 2012, serão: Minas Gerais, Paraná, Alagoas, Amazonas, Pará, Maranhão, Ceará, Bahia, Paraíba e Pernambuco. Porém, municípios em dificuldade que pertençam a outros Estados podem solicitar recursos extras ao MEC. Em janeiro, o ministério aprovou critérios para ajudar prefeituras.

Segundo o MEC, menos de dez municípios solicitaram apoio desde então. Nenhum deles recebeu o benefício, porque não conseguiram preencher os pré-requisitos exigidos pela pasta.

Fonte: Priscilla Borges, - iG Brasília - 21/09/2011 20:11 

Minas e Paraná precisarão de ajuda pela 1ª vez para educação 
União terá de complementar investimento para novo custo por aluno de R$ 2.009,45 em 10 Estados. Piso dos professores será de R$ 1.450,86 

Os Estados de Minas Gerais e Paraná vão receber ajuda da União para investir o valor mínimo por aluno estabelecido pelo Fundo de Manutenção da Educação Básica (Fundeb) em 2012. A informação está no documento enviado pela Secretaria do Tesouro Nacional ao Congresso para complementar as informações de previsão de gastos do governo federal para o ano que vem, divulgado nesta terça-feira.

A cada novo planejamento de orçamento anual, calcula-se a receita destinada à educação por Estados, municípios e União e se define quais Estados receberão verba do governo federal para garantir o investimento mínimo por aluno. Em geral, são os das regiões Norte e Nordeste que não alcançam arrecadação suficiente e precisam de suporte. A surpresa para 2012 é que Piauí e Rio Grande do Norte saíram da lista dos 10 beneficiados. 

No lugar dos dois Estados, entraram Minas Gerais e Paraná. O governo mineiro vai receber R$ 1,1 bilhão e o paranaense, R$ 144 milhões. Ao todo, a União vai colocar R$ 10,6 bilhões no Fundeb, cuja receita estimada é de R$ 106,7 bilhões com a arrecadação de impostos estaduais – 20% da receita obtida por eles com todos os impostos, exceto IPTU, ISS, Imposto de Renda Retido na Fonte e ITBI têm de ser destinados à educação. Com isso, terão de ser investidos pelo menos R$ 2.009,45 por cada aluno das séries iniciais do ensino fundamental.

O aumento do investimento mínimo por aluno será de 16,68% em relação a este ano. Luiz Araújo, consultor educacional e mestre em políticas públicas, diz que o crescimento é significativo. Ele lembra que, entre 2009 e 2010, o gasto por aluno aumentou 21%, porém, os valores estavam muito baixos. “É um valor alto de crescimento”, avalia. Na creche integral e no ensino médio, cada aluno vai custar, pelo menos, R$ 2,4 mil.

Apesar do crescimento nos investimentos, o coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, ressalta que o valor está longe de garantir qualidade mínima de ensino. No último cálculo atualizado do Custo Aluno Qualidade (CAQi) – padrão aprovado pelo Conselho Nacional de Educação – o valor por estudante para garantir o aprendizado adequado era de R$ 2.776,34 em 2010 – ainda 38% superior ao atualizado para 2012.

“O absurdo é que o valor para o ano que vem ainda esteja longe do mínimo que seria necessário em 2010. Isso significa que o CAQi 2012 estará ainda mais distante do estipulado pelo Fundeb”, critica.

Cara comenta ainda a situação enfrentada por Minas Gerais e Paraná. “Os dois Estados foram muito eficientes em incluir alunos nas redes públicas de educação básica, mas não tiveram força arrecadatória, especialmente por suas políticas de renúncia fiscal para instalação de grandes empresas. Ocorre que o Fundeb é vinculado à capacidade de arrecadação de cada fundo estadual. Fica a lição: não adianta buscar a instalação de indústrias a qualquer custo, porque isso impede o financiamento dos direitos sociais”, afirma.

Piso dos professores de R$ 1.450,86

Os valores divulgados pelo Tesouro Nacional também têm impacto direto sobre o pagamento do piso salarial dos professores. O Ministério da Educação utiliza a projeção de investimentos por aluno em educação para calcular o salário mínimo que Estados e municípios devem pagar à categoria. Com isso, segundo Luiz Araújo, o piso também sofrerá reajuste, passando dos atuais R$ 1.187 para R$ 1.450,86.

Fonte: Priscilla Borges - iG Brasília - 20/09/2011 20:15 
Colaborou Cinthia Rodrigues, iG São Paulo

Giro de notícias sobre a suspensão da greve!

Anastasia confirma medidas e diz que professores só irão receber após reposição das aulas

Governador Anastasia em entrevista colteiva nesta manhã  Foto: João Godinho 




O governador Antonio Anastasia confirmou nesta quarta-feira (28) as medidas que haviam sido anunciadas nessa terça, quando a greve dos professores da rede estadual do ensino chegou ao fim, após 112 de paralisação.

Segundo Anastasia, o piso salarial nacional no plano de carreira da categoria será aplicado entre 2012 e 2015. Os profissionais serão enquadrados, gradativamente, em faixas salariais, levando-se em consideração o tempo de carreira e a escolaridade.

O governador ainda afirmou que novas reuniões com o Sindicato Único dos Professores em Educação (Sind-UTE) e representantes da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que mediaram as negociações, serão marcadas para acompanhar o processo da volta às aulas.

Sobre o projeto de lei 2.355/11, que institui a nova remuneração da categoria, Anastasia afirmou que modificações podem ser feitas. O projeto tramita em caráter emergencial e estava pronto para ser votado no plenário.

Reposição - Os professores que estavam parados só irão receber o salário relativo a esses dias após a reposição das aulas, que deve ocorrer apenas no primeiro trimestre de 2012. Já os dias em que os professores substitutos trabalharam não serão pagos aos grevistas.

Conforme Anastasia, a exoneração dos 245 professores designados que permaneciam em greve foi suspensa.

O fim da greve foi anunciado no fim da noite dessa terça, no pátio da Assembleia Legislativa, com a presença de 5 mil professores. A categoria prometeu se reunir novamente em 8 de outubro, para analisar se as propostas do governo do Estado estão sendo cumpridas.

Fonte: Felipe Rezende e Natália Oliveira - O Tempo - 28/09/2011 - 12h31

Professores - Estado e Sind-UTE reabrem negociação e interrompem maior paralisação da história na educação
Greve é suspensa após 112 dias
Servidores voltam às salas de aula amanhã; dia 8 há nova assembleia


A Coordenadora do Sind-UTE acompanha votação que suspendeu a greve da categoria Foto: Leo Fontes


Depois de 112 dias de paralisação, a greve dos professores da rede estadual de ensino foi suspensa ontem. Os servidores retornam às salas de aula amanhã. No entanto, o Sindicato Único dos Professores em Educação (Sind-UTE) ressaltou que o estado de greve continua até o dia 8 de outubro, quando haverá uma nova reunião para analisar se as propostas do governo do Estado estão sendo cumpridas.

A reposição das aulas ainda será motivo de negociação, que deverá ser atrelada ao corte na folha dos dias parados.

O anúncio do comando de greve foi feito no pátio da Assembleia Legislativa, com a presença de 5.000 professores. De acordo com o Sind-UTE, o governo prometeu a aplicar o piso salarial nacional no plano de carreira da categoria. No termo de compromisso assinado pela Secretaria de Estado de Governo, entre 2012 e 2015, esses profissionais serão enquadrados, gradativamente, em faixas salariais, levando-se em consideração o tempo de carreira e a escolaridade.

Outra garantia dada pelo Estado foi a suspensão, por 15 dias, da tramitação do projeto de lei nº 2.355/11, que institui a nova remuneração da categoria. A iniciativa estava pronta para se votada no plenário. "Aceitamos suspender a greve porque o governo avançou e se comprometeu a aplicar o piso na carreira, que era o que queríamos. Mas, se o Estado pisar na bola, a greve vai voltar", afirmou a coordenadora geral do Sind-UTE, Beatriz Cerqueira.

A secretária de Educação, Ana Lúcia Gazzola, afirmou que não há garantias, mas uma disposição do governo em negociar avanços nos dois regimes de remuneração.

Sem demissões. Ela garantiu a suspensão da aplicação de novas penalidades ao Sind-UTE e aos servidores. "Suspendemos a exoneração dos 245 professores designados que permaneciam em greve", disse Ana Lúcia.

"O governo de Minas reafirma que mantém a mesma disposição para o diálogo e reitera sua posição diversas vezes apresentada de retomar as negociações após a suspensão da paralisação", informou a Secretaria de governo, em nota.


Acorrentados na votação

Os cerca de 25 professores que estavam acorrentados no plenário da Assembleia saíram às 22h30 para a votação. Eles ficaram mais de 24 horas no local. À tarde, o presidente da Casa, Dinis Pinheiro (PSDB), mandou fechar o plenário e ninguém teve acesso ao local. Foi a primeira vez na história recente da ALMG que educadores impediram a votação de projetos.

 Fonte: Joana Suarez - O Tempo - 28/09/2011 - 12h31

Professores aceitam proposta do governo e suspendem greve
Categoria fará nova assembleia no dia 8 de outubro para avaliar se Estado está cumprindo o acordo

A Coordenadora do Sind-UTE acompanha votação que suspendeu a greve da categoria Foto: Leo Fontes

Após um dia de grande expectativa de todos os lados envolvidos na greve dos professores, que completou nesta terça-feira 112 dias de paralisação, a categoria aceitou a proposta do governo e decidiu suspender a greve. Foram mais de oito horas de negociações entre o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE) e o Governo de Minas. Após o término desta negociação, o comando de greve se reuniu e após mais duas horas e meia de debates sinalizou pela suspensão da greve, sendo confirmada no fim da noite em votação da categoria, que lotou o pátio da Assembleia com mais de quatro mil pessoas.

Com a condição do fim imediato da greve, o Governo propôs negociar os valores da tabela de faixas salariais, entre 2012 e 2015, reconhecendo a aplicação do piso salarial proporcional no plano de carreira dos professores. Com isso, o Estado consideraria o tempo de serviço e a escolaridade dos profissionais para estipular quanto cada um vai receber. Porém, segundo o Sind-Ute, vai depender exatamente do cumprimento dessa promessa do governo para que a categoria encerre definitivamente a greve. Caso contrário, em assembleia no dia 8 de outubro, a categoria pode voltar a cruzar os braços.

No termo de compromisso firmado entre as partes, o governo se comprometeu ainda a suspender por 15 dias, para debates, a tramitação do projeto de lei que institui o subsídio, nova remuneração dos professores que incorpora ao salário base os benefícios da categoria.

A coordenadora do sindicato, Beatriz Cerqueira, saiu do encontro e chorou ao apresentar a proposta do governo aos professores reunidos na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Com um tom mais sereno do que o de costume, a sindicalista pediu aos presentes que aguardassem algumas horas já que ainda iria debater com o comando de greve cada ponto da proposta. Após a deliberação, Beatriz deu início à votação das propostas, que resultou na suspensão da greve.

Durante a tarde, com a reabertura das negociações, a coordenadora do Sind-UTE determinou que dois professores, em greve de fome, suspendessem o ato, que durou 8 dias. Os dois passaram por atendimento médico e passam bem.

Designados

Na reunião entre o Sind-UTE e representantes do governo do Estado, a punição dos professores designados também foi objeto de negociação. Porém, as negociações sobre o assunto seriam retomadas 24 horas após o fim da greve. Uma comissão seria criada imediatamente para tratar da suspensão da exoneração dos profissionais contratados que participaram das paralisações.

Cerca de quatro mil pessoas estavam presentes na assembleia desta terça, segundo a Polícia Militar. Os professores esperaram por mais de cinco horas para que a assembleia tivesse início. Durante todo o dia, a categoria permaneceu no pátio da ALMG e comemorou após a decisão. Os 38 professores que se acorrentaram no plenário da ALMG nessa segunda-feira também se mantiveram firmes com o protesto até a decisão.

Com a suspensão da greve, o acordo prevê que todos os professores voltem às salas de aula já nesta quinta-feira.

Confira abaixo o termo de compromisso assinado entre professores e governo:
Reiterada a plena disposição de permanente diálogo com a categoria dos professores estaduais, o Governo reafirma sua disposição ao entendimento de modo a permitir o retorno pleno da normalidade da rede pública estadual. Para tanto, garante ao Sindicato a participação em comissão de negociação, com a presença de 6 (seis) parlamentares, além dos representantes do Poder Executivo e do Sindicato, com o objetivo de aprimorar e reposicionar na tabela salarial da carreira da educação (em ambas as suas atuais formas de remuneração), com impactos salariais desdobrados de 2012 até 2015, desde que o movimento cesse de imediato.

A comissão será instituída através de resolução imediatamente após a suspensão da greve da categoria e iniciará os trabalhos em até 24 horas após a sua constituição. No curso das negociações, preservados os termos do regimento interno da Assembleia Legislativa, será orientada a liderança do Governo no sentido de paralisação da tramitação do projeto de lei já encaminhado ao Poder Legislativo. A partir da data da suspensão do movimento e retorno integral às atividades, cessa a aplicação de novas penalidades.

Fonte: Mateus Rabelo e Joana Suarez - O Tempo - 27/09/2011 - 0h12

Pela primeira vez na história, Assembleia Legislativa suspende trabalhos após invasão de professores

Pela primeira vez na história recente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), as sessões plenárias desta terça-feira (27) tiveram de ser suspensas depois da ocupação de professores estaduais, em greve há 112 dias. Em nota, o presidente da ALMG, deputado Dinis Pinheiro (PSDB), divulgou o seguinte texto:

"O Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, espaço destinado a reunião dos deputados para debates e votação de projetos, foi invadido por manifestantes na noite dessa segunda-feira (26/9), impedindo a abertura normal dos trabalhos legislativos no dia de hoje. É importante registrar que, na história recente do Parlamento mineiro, nunca houve qualquer impedimento para a abertura dos trabalhos do Plenário. Somente em período de anormalidade política, em ditaduras, os plenários dos legislativos são fechados ou impedidos de funcionar. A Casa do Povo, como é conhecida a Assembleia de Minas, está aberta permanentemente ao debate e às manifestações da população. Por isso, considera inadmissível que um grupo impeça seu pleno funcionamento, o que representa grave ameaça à democracia, por mais justa que seja a reivindicação. Todos os esforços estão sendo desenvolvidos para que a desocupação do Plenário aconteça através do entendimento e do diálogo, sem que haja necessidade de adoção de outros recursos".

Após uma noite de tensão, os 38 professores permanecem acampados no plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, no bairro Santo Agostinho, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. De acordo com um dos diretores do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), José Luiz Rodrigues, todos os manifestantes estão sem comer desde a noite dessa segunda-feira (26) e toda a água que tinham acabou.

Mesmo com a falta de comida e água, o diretor afirma que todos os professores irão permanecer acampados no plenário até que eles recebam uma resposta dos deputados que participaram das intermediações. Dos 38 grevistas que estão no plenário, 15 também permanecem acorrentados uns aos outros. 

Ainda segundo José Luiz Rodrigues, durante a noite dessa segunda-feira (26), eles pediram para desligar o ar condicionado e o pedido foi atendido. Além disso, o diretor afirma que alguns guardas da ALMG ficaram de vigília, mas que não foram incomodados em momento algum. No entanto, a preocupação maior dos manifestantes é com uma professora que, há pouco tempo, passou por duas cirurgias no coração e está sem se alimentar por um grande período de tempo.

Fonte: Mábila Soares - O Tempo - 27/09/2011 - 18h25m

Trabalhadores(as) em educação suspendem a greve e voltam às salas de aula nesta quinta-feira (29/09) - Estado de greve continua



Após 112 dias de greve e 197 horas de greve de fome (dos trabalhadores(as) Marilda de Abreu Araújo e Abdon Geraldo Guimarães), chega ao fim uma greve histórica em Minas Gerais. A suspensão da greve foi possível a partir de um processo de negociação com a Assembleia Legislativa de Minas Gerais e com o governo, por meio do Secretário de Governo, Danilo de Castro. O Governo reconheceu, finalmente, que não paga o Piso Salarial Profissional Nacional na carreira. Foi assinado o Termo de Compromisso.


Os trabalhadores em educação, em greve desde 08 de junho, retornam às atividades escolares amanhã, 29 de setembro. A categoria conseguiu: o reconhecimento do Piso Salarial na carreira da educação, e não apenas para professor; a suspensão das demissões anunciadas pela Secretaria Estadual de Educação; a suspensão da tramitação do projeto de lei 2.355; a formação de uma comissão formada por representantes do Sind-UTE-MG, do Governo e da ALMG.

“O Piso Salarial na carreira significa aplicá-lo na tabela de vencimento básico considerando os percentuais existentes (22% entre os níveis e 3% entre os graus). O reposicionamento da categoria nesta tabela será objeto de definição da comissão e terá impacto financeiro entre 2012 e 2015”, explica a coordendora-geral do Sind-UTE-MG, Beatriz Cerqueria.

Ela também informa que o processo para pagamento e a anistia dos dias paralisados serão feitos junto ao Legislativo Estadual. Vale dizer que a comissão inicia os trabalhos nesta quinta-feira, dia 29/09, em horário e local a serem definidos.

A direção do Sindicato orienta toda a categoria a aguardar a definição do calendário de reposição e do pagamento dos dias parados, assuntos que constam da pauta da reunião de amanhã.

Reunião no STF

Vale ressaltar que hoje, o Sind-UTE-MG tem reunião marcada a partir das 13 horas, em Brasília, com a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Carmen Lúcia. A proposta é pedir a ela que reveja sua decisão, publicada nessa segunda-feira (26/9), na qual ela nega recurso do Sindicato que pedia a suspensão da decisão do desembargador Roney de Oliveira, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), que determinava a suspensão do movimento. “É fundamental que a ministra repense sobre sua decisão, porque é importante garantir o direito de greve do trabalhador(a)”, defende Beatriz Cerqueira.

O Comando de Greve se reúne no dia 08 de outubro para avaliar o movimento e o andamento dos trabalhos desta comissão.

Reunião de hoje (29/09) irá definir pagamento dos dias parados e calendário de reposição de aulas

Nesta quinta-feira (29/9), às 15h, no Salão Nobre da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), haverá a primeira reunião da Comissão composta por representantes do Governo, da ALMG e do Sind-UTE/MG para viabilizar pendências da suspensão da greve, definida nessa terça-feira, 28/9. O Sindicato vai cobrar a definição para o pagamento dos dias parados e o calendário de reposição de aulas.

Fonte: Sind-UTE
Fotos: Taís Ferreira

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Sobre a decisão liminar do Supremo Tribunal Federal

Sobre a liminar do STF, é bom esclarecer:

1) a min. Carmen Lúcia, em quem eu não confio,indeferiu o pedido de liminar feito pelo sindicato contra a decisão, também liminar, do desembargador aqui de Minas;

2) até agora, tanto em Minas (TJMG), quanto no STF, a nossa greve não foi julgada ilegal, nem no mérito, e nem liminarmente,

3) no STF e no TJMG ainda haverá julgamento do mérito da greve; portanto, nada altera para nós;

4) a mídia vai explorar a situação. Ela que ficou muda no dia de hoje e durante praticamente os 111 dias de greve, vai dar todo o cartaz, todo o espaço, todo o destaque para dizer que a greve é ilegal, que o STF foi contra a nossa greve, etc. MENTIRA!;

5) o que a mídia tinha que divulgar com destaque, e não o faz, porque é comprada, é que o STF considerou a Lei do Piso plenamente constitucional e que o governo de Minas não cumpre a lei e não paga o piso. Quem está na ilegalidade é o governo;

6) ora, se o governo de Minas pode agredir uma lei federal, baseada na Carta Magna, considerada constitucional pelo STF, por que os educadores vão acatar uma liminar decidida por um único desembargador?

Reflitam e não aceitem a chantagem do governo e da mídia e seus aliados.

A decisão LIMINAR da ministra do STF não muda em nada a nossa situação. O STF NÃO julgou o mérito do pedido feito pelo sindicato. Além disso, o que está em julgamento ali é a decisão do desembargador do TJMG, que considerou nossa greve abusiva. Ele sim, é um abuso, como também o governador e o procurador e outros mais, que agridem as leis federais e a Carta Magna do país.

Portanto, continuemos firmes na nossa luta, amanhã tem nova assembleia, temos um grupo de vigília, muitos acorrentados, dois colegas em greve de fome e milhares de educadores em greve há 111 dias.

Nosso movimento ganha repercussão internacional, como ficou evidenciado com a foto que publicamos hoje, diretamente do CHILE. É a segunda foto, só nesta semana.

Além disso, vários segmentos sociais tem nos apoiado, pois todos estão percebendo que vivemos uma verdadeira DITADURA em Minas Gerais.

Não vamos abrir mão do nosso piso e da nossa carreira, e nem tampouco das liberdades democráticas conquistadas com muito sangue e suor e lágrimas de milhares de valentes lutadores sociais ao longo da nossa história.

Não nos orientemos pela mídia do inimigo. É aqui no blog, e em outras fontes igualmente comprometidas com a nossa luta, que encontraremos as melhores e mais confiáveis informações e reflexões.

Um forte abraço a todos e força na luta! Até a nossa vitória!

Fonte: Blog do Euler Conrado

sábado, 24 de setembro de 2011

Professores reafirmam que não voltam às salas antes de nova proposta

Paralisados há 108 dias, cerca de 150 professores da rede estadual participaram do protesto na porta do MP

Professores tentam impedir que projeto de reajuste seja votado pelos deputados

"Queremos retomar as atividades, mas só voltaremos às salas de aula quando recebermos uma proposta consistente. A greve continua e a mobilização também". A posição foi anunciada na manhã desta sexta-feira pela diretora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), Lecioni Pereira Pinto, durante manifestação na porta do Ministério Público Estadual, no Bairro de Lourdes, Região Sul de Belo Horizonte.

Paralisados há 108 dias, cerca de 150 professores da rede estadual participaram do protesto. De acordo com Lecioni Pereira Pinto, a presença dos educadores no local era para afrontar o governador Antônio Anastasia, que receberia uma comenda na solenidade de encerramento da Semana do Ministério Público 2011. No entanto, os manifestantes não conseguiram ver o governador mineiro.

O prazo dado pelo Governo de Minas para que os professores designados em greve retornem ao trabalho termina nesta sexta-feira (23). Caso não voltem às salas de aula até às 17 horas, o Estado garantiu que irá abrir processo administrativo, na próxima segunda-feira (26). Neste caso, cada profissional terá direito de defesa, mas corre o risco de ter seu contrato cancelado.

Após o movimento, o grupo voltou para a porta da Assembleia Legislativa, onde os professores estão acampados desde o início desta semana. Dois integrantes do grupo fazem greve de fome há mais de 72 horas.

A diretora estadual do Sind-UTE reclama da postura do Ministério Público. "Ao invés de resolver o problema, o órgão mostra partidarismo e oferece uma medalha ao governador", disse.

Pais e alunos também protestam

Também pela manhã outra manifestação aconteceu na porta da Escola Estadual Tito Fulgêncio, na Rua Jacuí, no Bairro Renascença, Região Nordeste de Belo Horizonte.

Segundo a Polícia Militar, cerca de 60 pessoas, composta por alunos, pais e moradores, fecharam o quarteirão da escola para protestar contra a paralisação dos professores. A manifestação foi pacífica.

Fonte: Pollyanna Dias e Taís Ferreira - Do Portal HD - 23/09/2011 - 13:10 

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Professores fazem marcha fúnebre em protesto na ALMG


Servidores estão acampados em frente ao prédio.
Greve na rede estadual de ensino começou no dia 8 de junho.

Professores da rede estadual de educação realizaram uma marcha fúnebre na manhã desta quinta-feira (22) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Durante o protesto, os servidores mostraram cartazes com o valor do piso proposto pelo Governo de MG e recusado pelos profissionais da categoria, que é de R$ 712. De acordo com a ALMG, os manifestantes invadiram uma reunião conjunta das comissões de Segurança Pública e de Administração Pública e da Comissão de Direitos Humanos.

Professores realizam marcha fúnebre em corredores e salas da ALMG. (Foto: Lia Priscila/ALMG)

Nesta quarta-feira (21), os professores impediram a entrada dos deputados. Parte dos servidores está acampada em frente Assembleia e dois educadores estão em greve de fome desde segunda-feira (19). A paralisação da categoria começou no dia 8 de junho em Minas.

A Secretaria de Estado da Educação disse que aguarda o retorno de todos os educadores ao trabalho, conforme determinado pela Justiça. Na sexta-feira (16), o Tribunal de Justiça de Minas Gerais concedeu liminar determinando a suspensão imediata da greve.

Durante protesto, servidores invadiram reunião de comissões. (Foto: Lia Priscila/ALMG)

Recurso

O TJMG confirmou nesta quarta-feira (21) que recebeu dois recursos protocolados pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do estado (Sind-UTE/MG). Um deles pede areconsideração do desembargador Rooney Oliveira sobre a liminar que determinou a volta imediata da categoria às salas de aula.

O tribunal confirmou também ter recebido um agravo regimental, recurso protocolado pelo Sind-UTE/MG que pede a análise dos demais desembargadores da vara, caso Oliveira não derrube a liminar. Segundo a assessoria do tribunal, não há prazo definido para análise dos recursos.No dia 6 de setembro, o governador Antonio Anastasia encaminhou à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) o Projeto de Lei número 2.355/11, que prevê mudanças na política salarial dos servidores da educação do estado. A proposta define piso de R$ 712,20 para os professores da educação que têm vencimento básico menor que este montante. As mudanças na política salarial dos servidores da educação foram anunciadas no dia 23 de agosto. Se aprovado, o projeto entra em vigor em janeiro de 2012.

Entenda o caso

Servidores da educação de Minas Gerais estão em greve desde o dia 8 de junho. A categoria reivindica piso salarial de R$ 1.597,87 para jornada de 24 horas e Ensino Médio de escolaridade. De acordo com o sindicato que representa os servidores estaduais, o valor defendido segue cálculo da Confederação Nacional dos Trabalhadores de Educação (CNTE). Para tentar dar fim à greve, o sindicato já havia informado que admitiria discutir o piso de R$ 1.187, estabelecido pelo Ministério da Educação (MEC).

De acordo com a Secretaria de Estado de Educação, com a proposta, o governo atende à determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), que estabelece piso salarial nacional para professores da rede pública no valor de R$ 1.187 para jornada de trabalho de 40 horas semanais. A secretaria diz que, como em Minas, os professores da educação básica têm jornada semanal de 24 horas e a legislação prevê a proporcionalidade, a aplicação do valor de R$ 712,20 como vencimento básico atende à interpretação da Lei Federal.

Fonte: Portal G1 - Minas Gerais

Notícias direto da Assembleia Legislativa de Minas Gerais!

Manifestação de professores interrompe reunião de Plenário


A Reunião Ordinária de Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais desta quinta-feira (22/9/11) foi marcada por manifestações exaltadas dos professores em greve, que ocupavam as galerias. O clima de insatisfação com a proposta remuneratória apresentada pelo Governo do Estado se refletiu também nos discursos dos deputados da oposição, o que levou ao esvaziamento do Plenário por parlamentares da base governista e ao encerramento da reunião por falta de quórum, por volta de 16 horas.

Diante do barulho nas galerias, o presidente da ALMG, deputado Dinis Pinheiro (PSDB), aguardou que os manifestantes fizessem silêncio para que os deputados pudessem fazer seus pronunciamentos na fase de oradores. O deputado Durval Ângelo (PT) criticou o que chamou de "silêncio obsequioso para calar divergências" e exigiu que lhe fosse dado o direito à palavra. O presidente justificou que a decisão estava amparada no Regimento Interno e determinou a suspensão da reunião.

Depois de retomados os trabalhos, foi iniciada a discussão do Veto Parcial à Proposição de Lei 20.503. O veto incide sobre dispositivo que trata da lotação de servidores da Fundação Helena Antipoff no Instituto de Ensino Superior Anísio Teixeira. O deputado Duarte Bechir (PMN) foi designado relator e leu seu parecer pela manutenção do veto, sob vaias dos professores nas galerias.

O presidente Dinis Pinheiro, constatando a inexistência de quórum para votação, passou à discussão de outro veto que estava na pauta. O deputado Rogério Correia disse que não conseguiu escutar a leitura do parecer e reclamou que o presidente não permitiu que ele encaminhasse a votação do Veto Parcial à Proposição de Lei 20.487, que trata da estrutura de cargos do Tribunal de Contas. O presidente esclareceu que o veto não foi colocado em votação, o que motivou mais protestos de Rogério Correia e Durval Ângelo. Dinis Pinheiro insistiu que estava cumprindo o Regimento Interno e determinou a recomposição do quórum da reunião. Como havia apenas 11 deputados em Plenário, a reunião foi encerrada.

Com a decisão do presidente, Durval Ângelo se revoltou e saiu furioso do Plenário. Deputados da oposição e da base do governo tentaram chegar a um acordo. Dinis Pinheiro reafirmou, em entrevista aos jornalistas, que vai aceitar as manifestações, mas sempre cumprirá o Regimento Interno e se pautará pelo respeito e pela cordialidade.

Rogério Correia reclamou da postura do presidente. Segundo ele, o governo coloca 23 deputados para garantir o quórum da reunião, mas retira os parlamentares para evitar a discussão das matérias de seu interesse. Ele teme que o clima fique ainda mais tenso em função da manobra. Nova reunião de Plenário para analisar os dois vetos está marcada para as 20 horas desta quinta-feira (22).

Deputados debatem em Plenário sobre greve dos professores

A greve dos professores das escolas estaduais voltou a ser tema de debate entre parlamentares da oposição e do governo em Reunião Extraordinária do Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais na manhã desta quinta-feira (22/9/11). O deputado Rogério Correia (PT) cobrou uma participação ativa dos parlamentares e da ALMG para pressionar o Governo Estadual a negociar com os professores. Presidindo a reunião, o 1° vice-presidente da ALMG, deputado José Henrique (PMDB), afirmou que os parlamentares estão atuando no sentido de encontrar uma saída para a greve e lembrou que uma comissão de professores foi recebida na quarta-feira (21) pelo presidente da ALMG, deputado Dinis Pinheiro (PSDB), e por outros deputados.

Rogério Correia também falou sobre a situação de professores que estão acampados nas entradas da ALMG. Ele relatou que dois deles iniciaram uma greve de fome há quatro dias e que um professor já precisou de atendimento médico. O deputado ainda criticou a presença da tropa da choque da Polícia Militar na entrada da ALMG. "Vai ser dessa forma que o problema vai ser resolvido?", questionou. O deputado Carlin Moura (PcdoB) cobrou uma solução para o impasse e apelou para que o Governo negocie com os professores em greve.

O deputado José Henrique afirmou que a direção da ALMG está ciente da situação dos professores em greve de fome e que o serviço médico da instituição está disponível para atendê-los caso necessário. Ele ainda considerou que a ALMG tem feito o papel de interlocução entre o Governo e os professores, mas lembrou que o poder de decidir sobre a política remuneratória do servidores da Educação é do Executivo. O deputado Célio Moreira (PSDB) também afirmou que a Assembleia está atuando ativamente para tentar resolver o impasse.

Veto - Na reunião foi encerrada a discussão do Veto Parcial à Proposição de Lei 20.487, que altera a estrutura de cargo de direção e assessoramento do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais.

Base e oposição divergem sobre manifestação de professores

Divergências quanto à forma de os professores se manifestarem, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, acirraram os debates entre os deputados das bases Governo e de oposição no Parlamento mineiro, nesta quinta-feira (22/9/11). Durante a Reunião Extraordinária de Plenário da manhã, houve atrito entre deputados em função da entrada da professora da Escola Estadual Américo René Giannetti, de Uberlândia (Triângulo), Aline Guerra, na antessala do Plenário - área restrita a parlamentares, assessores credenciados e imprensa.

A professora levava um cartaz com os dizeres "R$ 712" e foi orientada por um policial legislativo sobre a proibição de manifestações naquela área. Ela alegou que teria sido agredida ao ser impedida de exibir o cartaz para os jornalistas que trabalhavam na cobertura da reunião. Aline Guerra, chorando, disse que houve coação e que os deputados da base governista não estariam dispostos a receber os grevistas, mesmo com greve de fome de dois deles.

Para o líder do PT, deputado Rogério Correia (PT), que possibilitou a entrada da professora na antessala do Plenário, não há interesse do Governo em debater com os servidores da Educação. "Um assessor disse que por R$ 712 os professores deveriam se tornar serventes de pedreiro, numa clara manifestação de desrespeito com os profissionais da Educação e da construção civil", disse. Ainda em sua fala, ele acusou a segurança da Assembleia de truculência e agressão. "Eu convidei a professora para conversar com a imprensa, mas, hoje, em Minas Gerais, há censura e blindagem do governador", alertou.

Base se diz aberta ao diálogo

O deputado Célio Moreira (PSDB) lembrou que houve uma reunião na quarta-feira (21) do presidente da ALMG, deputado Dinis Pinheiro (PSDB), com outros deputados, do Governo e da oposição, e representantes do movimento grevista. Nesse encontro, segundo o deputado, foi iniciado um processo de intermediação entre a categoria e o Executivo. "Queremos o diálogo e, mais ainda, que os professores sejam bem remunerados, mas é preciso ter prudência para que o Estado não seja inviabilizado", ponderou.

Sobre o acirramento das discussões, Célio Moreira discorda da postura dos professores e deputados de oposição, que "estariam incentivando a violência" e o que ele chamou de bagunça no Parlamento mineiro. "Houve invasão a uma área de acesso restrito do Plenário e, ao contrário do que a oposição afirma, não aconteceu nenhuma agressão", reforçou.

Manifestantes invadem reuniões de comissões

Um grupo de manifestantes invadiu a reunião conjunta das Comissões de Segurança Pública e de Administração Pública, onde motovigias e trabalhadores em ronda noturna eram ouvidos. Eles interromperam a reunião e tomaram a palavra, dirigindo ofensas e ameaças ao deputado João Leite (PSDB), presidente da Comissão de Segurança Pública. Diante de protestos dos convidados, os manifestantes disseram que estão em greve há 106 dias e que não iriam permitir o andamento dos trabalhos na Assembleia enquanto não fossem atendidos. O mesmo grupo invadiu, também, a reunião da Comissão de Direitos Humanos, que discutia a suposta violação do devido processo legal na transferência de policiais do Gate.

Comissões querem debater acompanhamento social nas escolas

A Comissão de Participação Popular da Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprovou nesta quinta-feira (22/9/11) dois requerimentos de audiência pública conjunta com a Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia. O primeiro, para debater o alcance da Lei 16.683/07, que autoriza o Poder Executivo a desenvolver ações de acompanhamento social nas escolas da rede pública de ensino do Estado e assistência à saúde dos alunos das escolas públicas de educação básica.

O segundo, para discutir ações de cooperação entre o Estado e Municípios visando o desenvolvimento de programas de capacitação para professores de creches e pré-escolas das redes municipais, incluindo também as instituições conveniadas aos municípios. Os requerimentos foram encaminhados pela Comissão de Educação.

Foram aprovados ainda requerimentos do presidente da Comissão de Participação Popular, André Quintão (PT), pedindo providências ao ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e à ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, para que encaminhem à presidenta da república, Dilma Rousseff, pedido de assinatura do Decreto Presidencial confirmando o reconhecimento do território quilombola, já declarado pela Portaria do Incra nº 737/10, no Município de São João da Ponte, Varzelândia e Verdelândia, na região Norte de Minas. E requerimento para que o representante da Comunidade Quilombola Brejo dos Crioulos exponha assuntos de sua comunidade.

Presenças - André Quintão (PT), presidente; Duarte Bechir (PMN) e Sebastião Costa (PPS).

Associações de militares apoiam greve dos professores

A Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares (Aspra), o Centro Social dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar (CSCS) e a Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros (AOPMBM) renderam apoio ao movimento grevista dos educadores do Estado, em reunião da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, nesta quinta-feira (22/9/11).

A audiência, que inicialmente aconteceu para obter esclarecimentos sobre suposta violação do devido processo legal na transferência de policiais do Grupamento de Ações Táticas Especiais (Gate), acabou por reunir as associações militares e representantes do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE). O objetivo foi promover o diálogo entre Polícia Militar e grevistas.

Segundo o presidente da AOPMBM, major Ronaldo de Assis, a luta dos educadores é legítima, mas os oficiais têm que cumprir a função de garantir o direito de ir e vir da população. Ele acredita que os excessos devem ser apurados e punidos em ambas as partes.

O presidente do CSCS, cabo Álvaro Coelho, também se disse solidário ao movimento. De acordo com ele, a causa é justa, uma vez que reivindica um direito adquirido de piso salarial. Mas ele critica os excessos e a radicalização dos atos. "É preciso que os professores mantenham o foco e evitem os atos de violência", disse.

O presidente da Aspra, sargento Israel Antônio Sanches, faz coro ao presidente do CSCS, ao se dizer contrário à radicalização do movimento. Para ele, dentro da farda há um ser humano, que deseja a justa remuneração dos professores, mas não admite ser destratado ou humilhado.

Ao final, as três associações se comprometeram a divulgar notas em seus veículos de comunicação ou redes sociais, com manifestações de apoio ao movimento grevista.

Sind-UTE pede paciência à Policia Militar

Os representantes do Sind-UTE que participaram da audiência lembraram que os 107 dias de greve e o que chamam de "abandono do Poder Público à causa" geram estresse nos manifestantes. "Por isso, pedimos paciência à polícia, pois vamos continuar indo às ruas em busca dos nossos direitos", disse a diretora do sindicato Feliciana Saldanha. Ela destacou que a categoria está sendo desvalorizada e diminuída com o corte de ponto e a ameaça de demissão. Para ela, o Judiciário não apoia, o Executivo não dialoga e boa parte do Legislativo não entende a causa dos professores.

O também diretor do Sind-UTE José Celestino Lourenço disse que o movimento não vai ceder. Ele acredita que a greve faz parte do processo de construção da cidadania. "As pessoas têm que fazer valer a lei que garante os seus direitos", salientou. Ele criticou o Projeto de Lei (PL) 2.355/11, que tramita na Assembleia e altera a política remuneratória dos servidores da Educação, ao afirmar que a matéria acaba com a carreira e, portanto, piora a situação dos servidores.

Ao final, outra diretora do Sind-UTE, Leocini Pereira Pinto, cobrou a abertura do diálogo. Ela acredita que a postura do governador, somada aos 107 dias de greve, tem feito com que os grevistas radicalizem suas ações. "Fica difícil não se estressar com o que está acontecendo. Estamos indignados e queremos uma solução o quanto antes", concluiu.

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente; Sargento Rodrigues (PDT); e Rogério Correia (PT).

Fonte: Assessoria de Comunicação da ALMG

Bispos do Brasil pedem diálogo entre Sind-UTE/MG e Governo de Minas

Preocupada com a situação da greve em Minas Gerais e os reflexos para a sociedade cidadã e as consequências para pais, alunos e trabalhadores/as, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) defende que Sindicato e Governo dialoguem e cheguem a um consenso. Neste sentido, elaborou um documento. Veja abaixo:

Fonte: Sind-UTE - MG

Comissão aprova proposta que tira a educação superior do MEC

Medida prevê transformação do MEC no Ministério da Educação de Base

Foi aprovado hoje na Comissão de Ciência e Tecnologia a proposta do Senador Cristovam Buarque que transfere as atribuições do Ministério da Educação relativas ao ensino superior para o Ministério da Ciência e Tecnologia. O senador Cristovam Buarque, autor da proposição, afirma que o trabalho do Ministério da Educação e Cultura (MEC) abrange hoje todos os níveis de ensino, tanto básico quanto superior. Mas, concentra sua atenção e a maior parte dos recursos no ensino superior em relação ao conjunto da educação básica.

Para o relator substituto, senador Aloísio Nunes, do PSDB de São Paulo, a ideia é simples e de grande alcance, já que atualmente o MEC tem concentrado suas atenções sobre o ensino universitário. O ensino de base vem ficando relegado a uma atenção menos concentrada devido ao poder de pressão político econômico e social da educação universitária%u201D, destacou.

Esse modelo de organização já é adotado por diversos países. Na Europa, Portugal, França e Reino Unido, mantêm estruturas administrativas separadas e hierarquicamente equivalentes para tratar da educação básica e superior. Na América do sul, a Venezuela já adotou a mesma estratégia. O senador Cristovam Buarque acredita que a separação pode beneficiar o ensino básico e também as universidades.

Creio que é uma necessidade e outros países já mostraram que é um caminho bom, ter um ministro que se dedique a educação de base, e ciência e tecnologia acumular o ensino superior. Creio que estamos dando uma grande contribuição para fazer as mudanças que a educação de base precisa no Brasil e para envolver as universidades no espírito da inovação, avaliou.

A proposta segue agora para a comissão de Educação, Cultura e Esporte e depois para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania de onde, se aprovada, vai para a Câmara dos Deputados sem passar pelo plenário do Senado.

Fonte: Estado de Minas - 21/09/2011 - 19:53

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Piso nacional do professor deve ter reajuste de 16,68% e passar para R$ 1.384 em 2012

A memória do cálculo de lei orçamentária para 2012, enviada ao Congresso Nacional pelo Ministério do Planejamento e divulgada nesta terça-feira (20) prevê um aumento de 16,68% no valor mínimo investido por aluno pelos governos municipais, estaduais e federal. A diferença entre um ano e outro neste valor é o cálculo utilizado pelo MEC (Ministério da Educação) para o piso nacional dos professores: por conta disso, o salário mínimo docente deve ir dos atuais R$ 1.187 para um valor em torno de R$ 1.384.

O total mínimo investido por aluno do ensino fundamental passará dos R$ 1.722,05 para R$ 2.009,45. A origem desse dinheiro é o Fundeb (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica) e os Estados que não conseguem atingir esse mínimo recebem uma complementação da União.

Pela primeira vez, Minas Gerais e Paraná precisarão receber o dinheiro, geralmente destinado a Estados mais pobres. Piauí e Rio Grande do Norte vão conseguir pagar o valor. Os outros Estados que continuam na lista são Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba e Pernambuco. No total, a complementação chegará a R$ 9.603.858.15 em 2012.

Os valores exatos devem ser definidos em breve pelo Ministério da Educação.

Salário


Desde então, professores vêm fazendo paralisações para garantir o direito e os Estados tentam se mobilizar para pagar o valor. O caso mais emblemático é o de Minas Gerais, onde os docentes estão parados há mais de cem dias. Eles pedem o pagamento do piso definido pela CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), calculado em R$ 1.597,87, mas anunciaram que aceitarão negociar o valor nacional mínimo.

Investimento por aluno

O valor investido por aluno já era considerado insuficiente para uma educação de qualidade em 2011. Cálculos do CAQi (Custo Aluno Qualidade Inicial), feitos com base no PIB (Produto Interno Bruto), mostram que o valor deveria ser de, no mínimo, R$ 2.194,56 -ainda acima do previsto para 2012.

Fonte:
Rafael Targinio - UOL - Educação - 20/09/2011 - 21h08min

Valor investido pelo governo fica abaixo do custo mínimo de qualidade em 22 Estados

Em 22 Estados, o custo por aluno da rede pública previsto para 2011 fica abaixo do mínimo estipulado para se ter educação com qualidade, definido pelo CAQi (Custo Aluno Qualidade Inicial) com base no PIB (Produto Interno Bruto) de 2008. De 2010 para 2011, houve um aumento de R$ 300 no valor da anuidade.

O valor estimado pelo CAQi para os primeiros anos do ensino fundamental é de R$ 2.194,56. Nove Estados trabalharão com R$ 1.722,05: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco e Piauí. E chegarão a esse valor com complementação de verbas feita pela União. Apenas cinco unidades federativas superam o valor do CAQi para os anos iniciais. São elas: Amapá, Distrito Federal, Espírito Santo, Roraima e São Paulo.

O valor mínimo do estudante da escola pública será R$ 1.722,05, segundo a portaria interministerial 1.459 de 30 de dezembro de 2010. A cifra é base para a distribuição de recursos pelo MEC (Ministério da Educação), por meio do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação).


Falta dinheiro?

Ao consideramos os anos finais do ensino fundamental, 13 Estados aplicam menos que o CAQi. O valor mais baixo por aluno para 2011 é de R$ 1.894,25, quando o recomendado é R$ 2.148,84. Já no ensino médio, 12 Estados destinam valores menores que o estipulado pelo índice -- R$ 2.066,46 de orçamento contra os R$ 2.209,80 recomendados.

Segundo Mozart Neves Ramos, conselheiro do CNE (Conselho Nacional da Educação), seria necessário garantir o investimento mínimo proposto pelo CAQi. Ramos foi o relator do parecer encaminhado ao MEC para a adoção do índice.

Na avaliação de Ramos, o investimento por parte do governo federal precisa ser maior. Seria necessário o aporte de R$ 30 bilhões - contra os atuais R$ 8,7 bilhões - para aplicar o CAQi no país, na estimativa do professor universitário. "Dos R$ 94,5 bilhões que o MEC propõe para 2011, R$ 8,7 bilhões são da União e R$ 7,8 bilhões vão para a complementação dos Estados [para que eles cheguem ao mínimo]. O que sobra é muito pouco para dividir entre as 27 unidades federativas", diz.

O CAQi, um índice elaborado pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação, inverte a lógica do investimento público por aluno. Atualmente o cálculo sobre o valor mínimo é feito com base na arrecadação tributária, dividindo o total de impostos destinados à área pela quantidade de alunos. Com o CAQi, o valor mínimo é estipulado e é preciso fazer cumprir esse investimento.

Municípios preocupados

Para o secretário municipal de Educação de Castro (PR), Carlos Eduardo Sanches, é preciso ter "dinheiro novo" no setor. O gestor, que também preside a entidade que representa os secretários municipais de educação (Undime), afirma que o aumento é significativo.

"Houve aumento de arrecadação de 13,5% e diminuição de 6,4% nas matrículas, o que levou o valor a subir 21%", explica Sanches. No entanto, ele se diz preocupado com o impacto desse aumento em outro quesito básico da gestão da área: o salário dos professores.

Dependendo do desfecho de um PL (projeto de lei) que tramita na Câmara dos Deputados, o piso nacional para o professor pode ter como índice essa variação do valor investido por aluno. O PL 3776/08 propõe que os vencimentos dos docentes sejam reajustados pelo INPC* (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). 

* Se isso ocorrer será um duro golpe no Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN), pois o mesmo teria o reajuste de 4,83% segundo o INPC acumulado, enquanto pelo CAQi o índice seria bem maior, 16,68%.

Fonte: Karina Yamamoto - Editora do UOL Educação - 20/09/2011 - 11:48

Notícias direto da Assembleia Legislativa de Minas Gerais

Presidente da ALMG recebe Sind-UTE em busca de acordo



O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado Dinis Pinheiro (PSDB), e outros onze parlamentares receberam, na manhã desta quarta-feira (21/9/11), no gabinete da Presidência, representantes do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Estado (Sind-UTE/MG). O objetivo foi intermediar a negociação entre Governo e grevistas, que paralisaram os trabalhos há 106 dias e reivindicam o cumprimento imediato do Piso Salarial Nacional.

O líder do Bloco Minas Sem Censura, deputado Rogério Correia (PT), afirmou que o presidente da ALMG tem um papel fundamental no processo de negociação e lembrou que Minas Gerais vai participar do rateio do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), em 2012, que geraria uma arrecadação de cerca de R$ 1 bilhão para os cofres públicos. "Acredito que isso viabilizaria o pagamento do piso nacional sem ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal", disse.

O diretor do Sind-UTE, Paulo Henrique Santos Fonseca, que participou da reunião, disse que o presidente da Assembleia se comprometeu a fazer as negociações avançarem. Segundo ele, o sindicato acredita num diálogo que propicie o cumprimento do piso, e espera que o Governo recue da possibilidade de demissão dos professores designados que aderiram à greve. "A secretária de Educação disse que é preciso apenas 3,44% da arrecadação para que seja cumprido o piso nacional. Temos certeza de que é possível que isso seja feito sem que qualquer outra lei seja ferida", afirmou. Sobre o projeto 2.355/11, que tramita na Assembleia e aperfeiçoa a política remuneratória dos servidores da Educação, Fonseca considerou que a proposição não leva em conta a carreira e provoca um achatamento nos salários.

Presidente da ALMG recebe Sind-UTE em busca de acordo

O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado Dinis Pinheiro (PSDB), e outros onze parlamentares receberam, na manhã desta quarta-feira (21/9/11), no gabinete da Presidência, representantes do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Estado (Sind-UTE/MG). O objetivo foi intermediar a negociação entre Governo e grevistas, que paralisaram os trabalhos há 106 dias e reivindicam o cumprimento imediato do Piso Salarial Nacional.

O líder do Bloco Minas Sem Censura, deputado Rogério Correia (PT), afirmou que o presidente da ALMG tem um papel fundamental no processo de negociação e lembrou que Minas Gerais vai participar do rateio do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), em 2012, que geraria uma arrecadação de cerca de R$ 1 bilhão para os cofres públicos. "Acredito que isso viabilizaria o pagamento do piso nacional sem ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal", disse.

O diretor do Sind-UTE, Paulo Henrique Santos Fonseca, que participou da reunião, disse que o presidente da Assembleia se comprometeu a fazer as negociações avançarem. Segundo ele, o sindicato acredita num diálogo que propicie o cumprimento do piso, e espera que o Governo recue da possibilidade de demissão dos professores designados que aderiram à greve. "A secretária de Educação disse que é preciso apenas 3,44% da arrecadação para que seja cumprido o piso nacional. Temos certeza de que é possível que isso seja feito sem que qualquer outra lei seja ferida", afirmou. Sobre o projeto 2.355/11, que tramita na Assembleia e aperfeiçoa a política remuneratória dos servidores da Educação, Fonseca considerou que a proposição não leva em conta a carreira e provoca um achatamento nos salários.

Base afirma que atual governo faz investimento histórico em educação

O deputado Zé Maia (PSDB) destacou, após a reunião, que o governador Antônio Anastasia investiu, em 18 meses de mandato, cerca de R$ 2,2 bilhões em recomposição salarial para os servidores da educação. Segundo ele, há interesse em valorizar os profissionais, tendo em vista a importância e a nobreza do trabalho, mas a proposta do Sind-UTE inviabilizaria o investimento do Estado em outros setores. "Se for feito o que é pedido, a Lei de Responsabilidade Fiscal ficará comprometida, assim como a destinação de recursos para áreas igualmente importantes, como saúde e desenvolvimento econômico", alertou.

Sobre o Piso Salarial Nacional, o deputado disse que a medida, definida pelo Governo Federal, criou despesas para estados e municípios e quebra o Federalismo. "A guerra que se estabeleceu entre professores e Poder Executivo foi provocada pela União, que criou uma situação inviável para os estados", reforçou.

Presenças - Além dos parlamentares citados na matéria, estiveram presentes os deputados Célio Moreira (PSDB); Sávio Souza Cruz (PMDB); Carlin Moura (PCdoB); Paulo Lamac (PT); Ulysses Gomes (PT); Gustavo Corrêa (DEM); Carlos Henrique (PRB); Bosco (PTdoB); e deputada Maria Tereza Lara (PT).

Manifestantes continuam na entrada da ALMG

Manifestantes do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE/MG) continuam em vigília nas entradas na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, nesta quarta-feira (21/9/11). Com barracas, cartazes, megafones e tambores, durante todo o dia eles estiveram na entrada do Hall Administrativo (Rua Rodrigues Caldas, 30, Bairro Santo Agostinho), gritando palavras de ordem e abordando as pessoas que entravam e saíam do Palácio da Inconfidência.

Pela manhã, os manifestantes voltaram a impedir a entrada da garagem da sede do Legislativo, na Rua Dias Adorno. A tropa de choque da Polícia Militar de Minas Gerais foi acionada e, após intervenção dos deputados Rogério Correia (PT), Paulo Lamac (PT) e Pinduca Ferreira (PP), eles liberaram a circulação.

No fim da manhã, o presidente Dinis Pinheiro (PSDB) e outros onze parlamentares receberam, no gabinete da Presidência, representantes do Sind-UTE. No encontro, o presidente fez um apelo para que a manifestação fosse pacífica e mantivesse a liberdade de circulação dos cidadãos que vêm à Assembleia, além de deputados e servidores. Ele reafirmou que a ALMG está sempre disposta a intermediar a busca de soluções para as questões que envolvem a sociedade mineira.

As atividades na Assembleia - reuniões de comissões e de Plenário e outros eventos institucionais - transcorreram normalmente durante esta quarta-feira.

Manifestação começou na terça-feira (20)

Os manifestantes passaram a noite de terça para quarta-feira nas entradas da Assembleia, como parte das manifestações pela implantação do piso salarial para os servidores da educação no Estado. A vigília começou logo após a assembleia da categoria, realizada no Espaço Democrático José Aparecido de Oliveira (Hall das Bandeiras), na tarde de terça-feira (20), quando centenas de manifestantes foram para a porta da garagem do Palácio da Inconfidência e impediram a entrada e saída dos carros, por cerca de duas horas. O movimento teve início dia 8 de junho, e a categoria reivindica o cumprimento imediato do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN), regulamentado pela Lei Federal 11.738.

Deputado quer presença do governador em negociação com professores

O líder do Bloco Minas Sem Censura, deputado Rogério Correia (PT), cobrou a participação efetiva do governador, Antônio Augusto Anastasia, nas negociações com os professores em greve há 106 dias no Estado. O parlamentar falou sobre a situação dos educadores na Reunião Extraordinária da manhã desta quarta-feira (21/9/11), realizada no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

De acordo com o deputado, apesar do acirramento das relações entre o Poder Executivo e o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE), o Governo se recusa a negociar uma saída para a greve. "Fomos surpreendidos com a ameaça do governador de que os professores designados que aderiram a greve podem ser demitidos. Vamos obstruir a pauta do Plenário enquanto não for aberta a negociação", disse. Ainda em sua fala, Rogério Correia lembrou que, em 2012, Minas Gerais irá entrar no rateio do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) do Governo Federal, que vai gerar uma arrecadação aproximada de R$ 1 bilhão. "Acredito que a situação está fácil de ser resolvida", disse. Ao final, o deputado destacou que o piso salarial da Educação terá um reajuste de 18% no ano que vem, enquanto o subsídio proposto pelo Executivo mineiro prevê um aumento de apenas 5%.

Veto - Na reunião, foi iniciada a discussão do Veto Parcial à Proposição de Lei 20.487. O relator, deputado Antônio Carlos Arantes (PSC), opinou pela manutenção do veto. A Proposição de Lei 20.487 altera a estrutura de cargos de direção e assessoramento do Tribunal de Contas de Minas Gerais. Foi vetado o parágrafo 2° do artigo 2° da proposição, que estabelece que os cargos de supervisor de segurança institucional e de supervisor de tecnologia da informação são de recrutamento limitado, a serem ocupados por servidores efetivos da Secretaria do Tribunal de Contas, e os demais são de recrutamento amplo.

De acordo com o governador, o próprio Tribunal considerou que a reserva do recrutamento para supervisor de segurança institucional e de supervisor de tecnologia da informação é contrária ao interesse público. "Ela impõe restrição de escolha a um universo reduzido de servidores, impedindo a contribuição de outras personalidades da iniciativa privada com experiência e conhecimento que poderiam ser proveitosos ao Estado", destacou.

Professores passaram a noite acampados na ALMG

Dezenas de grevistas passaram a noite nas entradas da Assembleia, como parte das manifestações pela implantação do piso salarial para a educação no Estado. Acampados em barracas, os professores obstruíram, já na manhã desta quarta-feira (21), a garagem do Palácio da Inconfidência, com o objetivo de evitar a entrada dos deputados no Parlamento. A ocupação da garagem já havia sido feita na tarde de terça-feira (20), e teve a intenção de impedir a saída dos parlamentares. A tropa de choque da Polícia Militar foi acionada, mas, em negociação liderada pelo presidente da ALMG, deputado Dinis Pinheiro (PSDB), desocuparam a passagem sem que houvesse necessidade de confronto.

De acordo com o Estado, 11.113 professores estão em greve, o que representaria 6% do total. O balanço do Governo aponta que 22 escolas estão totalmente paradas e 706, parcialmente. O sindicato afirma que 50% da categoria mantém a adesão à greve. O movimento teve início dia 8 de junho, e a categoria reivindica o cumprimento imediato do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN), regulamentado pela Lei Federal 11.738.

Fonte: ALMG